sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA 13 DE DEZEMBRO DE 2019


COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
RETÓRICA EM ESPÉCIE

Nobres:
Neste país cartorial, de períodos em tempos, reconstroem-se as promessas divinas da esperança as quais são feitas por aqueles que medem gestos, palavras e expressões, deixando a máscara devorarem o rosto. Com efeito, o eco das promessas referidas alhures continua ressonando com um som impecável, por meio de vozes autoproclamadas éticas, emanadas de todos os matizes e direções. Em um coro padronizado, essas vozes, cujos donos estão em um nível delinquencial uniforme, transformam-se em histriônica vociferação contra os que se deixaram flagrar cometendo pequenos ou grandes delitos, em meio ao enaltecimento dos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, o que remete ao oportunismo que inúmeras vezes pautamos a disputa entre a “Banda de Música” da UDN (União Democrática Nacional), especializada em denúncias de corrupção, o que denominavam de “caça aos escândalos”, e o populismo varguista nas décadas de 1950 e 1960, por meio da aliança governista PSD-PTB, que sucumbiu a uma pequena trégua visando apenas interesses pessoais, a qual patrocinou o acordo interpartidário UDN-PSD-PR, que favoreceu o retorno de Vargas em 1950. O ponto em questão lembra a Carta Magna com um só dispositivo, sugerida por Capistrano de Abreu: - “Todo brasileiro está obrigado a ter vergonha na cara”. Se essa Lei Maior estivesse vigendo e sendo cumprida, seriam raros os velhacos do serviço público, os magistrados venais, os empresários bem-sucedidos, que enriquecem cometendo os mais diversos atos ilícitos em cabala com agentes públicos e empresas estatais ineficientes. Enfim, os brasileiros íntegros do Brasil real viveriam mais perfeitos, entretanto a safadagem imperativa de criminosos no poder de mando em todas as esferas dos três poderes da República brasileira, cujas faces fazem questão de aparecer como senhores excelentes corruptos e essencialmente marginais.
Antônio Scarcela Jorge.

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