domingo, 29 de dezembro de 2019

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - DOMINGO 29 DE DEZEMBRO DE 2019


COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
DEVOÇÃO ETERNAL

Nobres:
Tem gente que se aproxima da religião com o fim de se projetar e objetivar seus objetivos mesmo que seja de hipocrisia. Isto é aqui e alhures, seja em qualquer tempo. Na teoria quem conhece um pouco sobre a história universal, seja essa passada ou presente, concordará que a presença da religião nas suas múltiplas simbologias sempre foi algo inevitável, independentemente da etnia, da língua ou da cultura. Todos os que nascem também morrem. Para isso, são necessárias algumas indagações relacionadas à vida e à morte. Por exemplo: Por que nasci? Por que estou aqui?  E para onde irei quando morrer? Isso sem falar da necessidade inerente diante da perda de um ente querido, ou até mesmo de uma situação em que as supostas forças que tínhamos não foram suficientes em alguns momentos para nos proteger, nem para nos socorrer. Eis que entra em cena o poder do mundo transcendental. Na realidade, houve tempos em que o mundo foi regido pelo poder do discurso religioso. Como paradigma, podemos lembrar o período medieval, quando tentaram enfraquecer o poder desse discurso, isso não funcionou por muito tempo. Ora, podemos pegar o nosso próprio momento e lembrar que, na maioria das vezes, a plataforma do discurso religioso de um candidato a um cargo político é o que determina o seu resultado. Para quem tem dúvidas disso, lembrará que, em todas as eleições presidenciais, sempre assuntos relacionados a uma ética religiosa voltam à tona nos debates. As perguntas são sempre (ré) feitas e repetidas. Assuntos relacionados ao aborto, família, sexualidade etc costumam fazer parte do evento eleitoral. Todas as perguntas relacionadas a essa temática, quase que sem exceção, estão envoltas em princípios religiosos. Houve situação em que um candidato, no desespero da corrida eleitoral, tentando enfraquecer o seu oponente, afirmou que ele era ateu, diante de um eleitorado predominantemente cristão, foi um golpe sem precedente. Com isso, ratifica-se o poder do discurso religioso. A religião, que durante anos esteve distante dos meios acadêmicos, é o argumento da incompatibilidade entre ciência e fé.
Antônio Scarcela Jorge.

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