quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA 19 DE DEZEMBRO DE 2019

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
UM PROCESSO SOBEJADO

Nobres
Reconhecer os méritos das pessoas é outra estima. No entanto, conheci vários homens inclusive um senhor de formação acadêmica possuidor notável saber econômico e financeiro da área, mas, que contraditoriamente “beijava aos pés” dos gestores que servia inclusive algum de poucas letras que era um dos idolatrados.  Ao que se percebe a onipresença não é apenas um privilégio de Deus. Aquele sujeito dócil, prenhe de obsequiosidade, contumaz apertador de mãos e tapinhas nas costas e habilidoso na arte da fofoca, também está em todo lugar e a qualquer hora. É o puxa – saco essa figura pegajosa e mesquinha também atende pelo nome de babão, lambeteiro, adula-o, baba-ovo  e corta-jaca, entre outros adjetivos. Está sempre perto daqueles que têm alguma coisa a oferecer, seja comodidade, dinheiro ou poder, Não mede esforços para conseguir seus objetivos, mesmo em detrimento do direito ou interesses legítimos de outrem. Para tanto é matreiro e persistente, e na sua artimanha utiliza até pessoas próximas como esposa e filhos. Existe o bajulador inocente, aquele que não é matreiro, que se contenta apenas por estar próxima de alguém influente ou de destaque, para participar de rega-bofes e ver sua foto estampada na coluna social. Por outro lado, o sabujo corrosivo não tem amigos verdadeiros, não perde uma oportunidade de criar e disseminar uma fofoca, buscando tão somente tirar proveito. E para tanto telefona, indaga e se preocupa com a saúde da pessoa bajulada, agenda festinha e presta homenagens e, sobretudo, presenteia, gastando parte do seu salário. Aquele que não pactua com o método do babão, fica pouco à vontade em sua presença. É comedido nas palavras temendo ser injuriado. É comum ser motivo de chalaça. Mas para ele pouco importa o que vale é conseguir o que almeja. Para tanto conta com o apoio inconsciente e involuntário da pessoa agraciada com seu afago fajuto. A bajulação é peculiaridade do ser humano e busca superar, no mais das vezes, a competitividade e a  incompetência. Para se conseguir um simples convite de um evento festivo até um emprego e uma promoção na carreira profissional, utiliza-se a babada. É um método aparentemente fácil, mas que exige tremenda cara de pau e cinismo. Preocupante, contudo, é a forma inebriante com que a bajulação atinge os detentores do poder, massageando seus egos e deixando-os inertes à vontade do bajulador, que por fim, objetivo almejado, sai vitorioso ostentando um sorriso num rosto sem-vergonha. Nesta “paróquia” tem muitos.
Antônio Scarcela Jorge.

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