domingo, 2 de setembro de 2018

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2018

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

INCONSTÂN-
CIA MORAL

Nobres:
Na explícita veracidade, é que Lula seria a única chance de a elite brasileira livrar-se da cólera popular que vai tomando forma diante da violência diária e arbitrária promovida pelo estado. Não se iludam: o povão brasileiro são simulacros estimulados por nossas elites atrasadas, compostas em grande medida por falsos intelectuais. Simulacros que muita gente supostamente esclarecida compra sem questionar-lhes as cifras mais evidentes. Neste aspecto é que a corrupção no Brasil migrou do executivo para os demais poderes. Se continuar acontecendo desta forma o sustentáculo corrupto no Brasil, certamente, não será mais o político que transporta mala de dinheiro no nariz da imprensa. Há muito ocorre nas esquinas e botecos, que é onde nasce a opinião pública real. O legislativo dominado por organizações delituosas se “deitou em berço esplêndido” se enraizou e se acomodou entre seus membros aproveitou permanentemente. O judiciário em alguns de seus segmentos se contaminou. Não precisa perceber a dura realidade, alguns têm até dificuldade psicológica de sair às ruas. Transitam com medo porque sabem que usufruem de benefícios amorais para suas pretensões de imunidade ética. Outro fator é a grande mídia rendida aos interesses políticos, eleitorais e econômicos. O que esperar de um país que construiu sua identidade vulgo democrática através de uma única emissora de televisão por 50 anos seguidos, num monopólio midiático sem precedentes no mundo enunciando uma estrutura política que permitiu a expansão de um grupo de mídia dessa natureza e com essas características. Por outro lado, poderá está provocando a falência moral por si mesma, sendo simbolicamente devastada por um falso pressuposto que diz que todo político é corrupto, suposição gestado e veiculado justamente por essa famigerada emissora. O fato de parte considerável de a população aceitar essa pressuposição não significa, por sua vez, que este segmento aparentemente prepotente também seja racional. No período da era lulista o tecido jornalístico da leitura aplicada e detida, já era esperado em que os dados estatísticos fossem sempre bons e positivos. O país rumava rapidamente a uma posição consolidada no cenário internacional das conquistas sociais e econômicas. Tudo tão previsivelmente óbvio e alvissareiro, que o que se comentava nas redes e nas mídias alternativas era como a imprensa hegemônica iria tratar a divulgação dos dados positivos daquela vez. Porque esse era um ponto a se considerar: a imprensa minimizava e diminuía os dados apresentados. Podia ser a posição ascendente no IDH, a diminuição da mortalidade infantil, a queda do desmatamento na Amazônia ou o pleno emprego no país que, aliás, durou até 2014, a despeito de toda a crise alardeada pela imprensa dia e noite, anos a fio. Os dados positivos, portanto, eram vítimas retóricas da imprensa que se recusava a reconhecer os avanços da sociedade brasileira e preferia entender que o reconhecimento destas conquistas seria apenas uma propaganda não remunerada a um governo que ademais não lhe era íntima. Ao manipular o evidente parcializo nos debates dos quatro presidenciáveis vê-se a incomodar-se em posições comprometedoras no atual estágio político. Por outro lado resta à sociedade produzir efetivamente discorrer e resistir, denota apenas, que nós enquanto sociedade não está tendo a capacidade de construir uma resposta a tudo isso diante dessa instabilidade moral que ora vivenciamos neste Brasil.
Antônio Scarcela Jorge.

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