COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
MUNDO CONTRADI
TÓRIO
(POSTADO ÀS 8.35 H)
Nobres:
Na minha concepção no modernismo inconsequente tudo se transformou para o pior, tudo se politizou e comercializou a fé em Cristo e por consequência delapidou o patrimônio da igreja e não assimilou a ‘queda da torre’ em 1º de abril, onde naquela época “se situava na ingenuidade da época”. Decorridos quase meu centenário o desacerto sequenciou a pandemia da “Corona Vírus”, mas os cientistas católicos espertos por excelência continuam teoricamente presunçosos em todos os sentidos. Neste aspecto sou de uma geração que não assimila certos “conceitos” confusos e impertinentes. Sabem por quê: Desde criança, influenciado por minha mãe, católica fervorosa, costumava em minhas preces matutinas e vespertinas, divagar sobre a preguiça e o medo. Sim, fui uma criança medrosa, e, algumas vezes, por medo ou preguiça; deixei de fazer muita coisa que deveria ter feito, para logo em seguida vir o arrependimento, sempre imaginando que se Deus fosse preguiçoso ou medroso, nada teria existido, nem os céus, nem a terra; e com isso sempre tomava coragem para viver e enfrentar esses medos. Nessa busca de comunicação com a divindade, terminei por identificar alguns códigos, em mim e nos outros, que demarcam o estado de coragem, associado à iluminação, e o estado de covardia associado à escuridão. Talvez por isso a noite sempre fosse à hora das traições, do desconhecimento, da abjuração, da covardia, do medo. Também por medo, passei todas as noites, a pedir logo o amanhecer, e, quando acordava, nas horas mais escuras, corria para minha mãe, que dizia. “toda manhã, é precedida da hora mais escura da noite”. Aquilo me confortava e me fazia dormir em paz. Assim é a vida, a espera da luz, após a escuridão, a vitória diária sobre nossos medos. Ocorre que vivemos numa época na qual tudo nos faz ter medo. Uns destes filósofos irmanadamente corretos, ao intuir que o estado atual da humanidade não faz honras a tantas outras gerações que passaram por tantas pestes e horrores, bem piores que os tempos atuais. Essa construção de uma sociedade do medo vem sendo forjada, paradoxalmente, em paralelo ao avanço de nosso acesso ao conforto. Parece que quanto mais conseguimos nos proteger de tudo colesterol, agentes cancerígenos, sol, vento, chuva, vendavais, mais nos tornamos incapazes em dar a devida modulação às “noites mais escuras”, que nos coloca num estado de “anorexia” intelectiva e emocional. Então será preciso que aprendamos a fazer as perguntas certas e que, não necessariamente, teremos respostas para tudo, e esse fato, não pode nos fazer temer absolutamente nada. Temos que reconfigurar para entender que a “Idade Mídia”, como Walter Longo define nossos tempos, não nos faça perder a capacidade de entender nossa finitude e conexão com os limites, como fatos naturais ao ser humano, a entender que para fazermos jus ao dia seguinte, teremos sempre que transpor as noites. Com isso observo não ser tão complicado entender que essa janela para “rua” 2021, não se trata de uma certeza de êxito e de credo num ano melhor, mas que teremos mais algumas escuridões, as quais, nem mesmo a pior insônia deverá nos fazer perder a capacidade de buscar, em algum tipo de iluminação, nossa conexão, sempre, com os inevitáveis raios de sol. É o que costumo chamar de otimismo real, a certeza do oposto, como parte inevitável da existência, o positivo e o negativo, como presente para todos nós. Teremos mais finais de tarde, teremos manhãs e noites também. Confirmar se haverá um futuro? - Sim, podemos afirmar que sim, entretanto, se esse futuro será melhor ou pior, não teremos como responder. Cabe-nos apenas levar por terceiros, (sou incapaz de transpor uma via, sou deficiente físico levado pelo AVC hemorrágico que me deixou sequelas irreversíveis) sem medo das calçadas e das pessoas. Cabe-nos olhar de frente a realidade e saber que teremos limites, e esses mesmos limites não podem nos fazer desistir. Talvez abandonar algumas memórias ruins, guardar as memórias boas e construir novas percepções, mais condizentes com a nossa condição de ser humano, sem a qual, seremos um arremedo de humanidade, bonecos de gente jogados pelo tempo. Exemplos se desenham a cada minuto desta vida, mas o disfarce se tornou distante.
Antônio Scarcela Jorge.
Scarcela Jorge
MUNDO CONTRADI
TÓRIO
(POSTADO ÀS 8.35 H)
Nobres:
Na minha concepção no modernismo inconsequente tudo se transformou para o pior, tudo se politizou e comercializou a fé em Cristo e por consequência delapidou o patrimônio da igreja e não assimilou a ‘queda da torre’ em 1º de abril, onde naquela época “se situava na ingenuidade da época”. Decorridos quase meu centenário o desacerto sequenciou a pandemia da “Corona Vírus”, mas os cientistas católicos espertos por excelência continuam teoricamente presunçosos em todos os sentidos. Neste aspecto sou de uma geração que não assimila certos “conceitos” confusos e impertinentes. Sabem por quê: Desde criança, influenciado por minha mãe, católica fervorosa, costumava em minhas preces matutinas e vespertinas, divagar sobre a preguiça e o medo. Sim, fui uma criança medrosa, e, algumas vezes, por medo ou preguiça; deixei de fazer muita coisa que deveria ter feito, para logo em seguida vir o arrependimento, sempre imaginando que se Deus fosse preguiçoso ou medroso, nada teria existido, nem os céus, nem a terra; e com isso sempre tomava coragem para viver e enfrentar esses medos. Nessa busca de comunicação com a divindade, terminei por identificar alguns códigos, em mim e nos outros, que demarcam o estado de coragem, associado à iluminação, e o estado de covardia associado à escuridão. Talvez por isso a noite sempre fosse à hora das traições, do desconhecimento, da abjuração, da covardia, do medo. Também por medo, passei todas as noites, a pedir logo o amanhecer, e, quando acordava, nas horas mais escuras, corria para minha mãe, que dizia. “toda manhã, é precedida da hora mais escura da noite”. Aquilo me confortava e me fazia dormir em paz. Assim é a vida, a espera da luz, após a escuridão, a vitória diária sobre nossos medos. Ocorre que vivemos numa época na qual tudo nos faz ter medo. Uns destes filósofos irmanadamente corretos, ao intuir que o estado atual da humanidade não faz honras a tantas outras gerações que passaram por tantas pestes e horrores, bem piores que os tempos atuais. Essa construção de uma sociedade do medo vem sendo forjada, paradoxalmente, em paralelo ao avanço de nosso acesso ao conforto. Parece que quanto mais conseguimos nos proteger de tudo colesterol, agentes cancerígenos, sol, vento, chuva, vendavais, mais nos tornamos incapazes em dar a devida modulação às “noites mais escuras”, que nos coloca num estado de “anorexia” intelectiva e emocional. Então será preciso que aprendamos a fazer as perguntas certas e que, não necessariamente, teremos respostas para tudo, e esse fato, não pode nos fazer temer absolutamente nada. Temos que reconfigurar para entender que a “Idade Mídia”, como Walter Longo define nossos tempos, não nos faça perder a capacidade de entender nossa finitude e conexão com os limites, como fatos naturais ao ser humano, a entender que para fazermos jus ao dia seguinte, teremos sempre que transpor as noites. Com isso observo não ser tão complicado entender que essa janela para “rua” 2021, não se trata de uma certeza de êxito e de credo num ano melhor, mas que teremos mais algumas escuridões, as quais, nem mesmo a pior insônia deverá nos fazer perder a capacidade de buscar, em algum tipo de iluminação, nossa conexão, sempre, com os inevitáveis raios de sol. É o que costumo chamar de otimismo real, a certeza do oposto, como parte inevitável da existência, o positivo e o negativo, como presente para todos nós. Teremos mais finais de tarde, teremos manhãs e noites também. Confirmar se haverá um futuro? - Sim, podemos afirmar que sim, entretanto, se esse futuro será melhor ou pior, não teremos como responder. Cabe-nos apenas levar por terceiros, (sou incapaz de transpor uma via, sou deficiente físico levado pelo AVC hemorrágico que me deixou sequelas irreversíveis) sem medo das calçadas e das pessoas. Cabe-nos olhar de frente a realidade e saber que teremos limites, e esses mesmos limites não podem nos fazer desistir. Talvez abandonar algumas memórias ruins, guardar as memórias boas e construir novas percepções, mais condizentes com a nossa condição de ser humano, sem a qual, seremos um arremedo de humanidade, bonecos de gente jogados pelo tempo. Exemplos se desenham a cada minuto desta vida, mas o disfarce se tornou distante.
Antônio Scarcela Jorge.
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