COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
DOIS PRESIDENTES DESUSADOS NA HISTÓRIA
Nobres:
Num vai e vem em
que história nos expressa tudo tem coincidência que vivenciou fatos no sequencial
de presidente da República; reportamo-nos sobre Jânio Quadros, na “velha
república” renunciou o seu mandato surpreendentemente e Collor de Melo, com o
advento da tida redemocratização foi impedido de governar conforme os ditames
constitucionais formalizados pelo impeachment.
Em princípio discorremos acentuadamente sobre o segundo após a nova república. Collor
alcançou a Presidência sem suporte partidário importante. Sua candidatura foi
lançada por partido sem tradição e sem expressão parlamentar: o Partido de
Representação Nacional - PRN. A falta de organicidade de sua sustentação
partidária serviu para tornar ainda mais nítida a figura real do presidente:
arbitrário, inflexível. Nesse contexto, passou a usar, cada vez mais
intensamente, o populismo. Invadiu a televisão com voos supersônicos em caças a
jato e caminhadas apolíneas para acentuar o vigor físico. Seu governo, a partir
do segundo ano, apresentava fragilidade econômica e defeito moral. A inflação
não baixava. E a corrupção aumentava. O presidente foi atingido por dois
movimentos: um movimento de dentro para fora do governo, na ineficiente gestão
econômica. E um movimento de fora para dentro do governo, nas limitações
políticas do governo. A solidão política esmaeceu a figura hercúlea de Collor
na metade do mandato. Solidão feita de silêncios políticos. Populismo
alimentado pela inaptidão republicana. Retrato em preto e branco de gestual
antes colorido, murro que socava o ar. Inconsequência tocando o vazio. Chegou a
um beco sem saída. Economia estagnada. Política colapsada. Resultado: impeachment.
Um cenário pouco brasileiro, de líder que dispensou traços culturais do homem
tropical, dialogal e cordato. Jânio e Collor tinham três pontos em comum: eram
ambos introspectivos, populistas e céticos. Não cultivavam as instituições
republicanas. E não estimulavam a seiva do otimismo. Trabalhavam
impossibilidades. E não, viabilidades. Por isso, presidentes possíveis e
inviáveis. Jânio cultivou o poder no voto. Fingiu desprezar o poder para
ampliá-lo. Collor manipulou o poder. E do poder foi sendo afastado
inevitavelmente. Jânio afastou-se para aproximar-se do poder. Collor
aproximou-se e foi afastado. Ambos, por caminhos diversos, deixaram a trilha do
poder. E, pela mesma falta de vocação cultural, perderam o senso do Brasil. Por
outro lado, se experimenta atualmente um novo conceito de responsabilidade e
moralização onde anarquistas, esquerdistas, oportunistas, imorais, corruptos,
artistas intelectuais sábios, ou melhor, sabidos da cultura se comungam se
confabulam, onde os escândalos do carnaval permanente é “bíblia destes vermes”
e orquestrados pela Rede Globo onde a direção de vários governos foi imposta
pela sua soberania sempre a custa dos governos anteriores deste país.
Antônio Scarcela Jorge.
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