COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
EM
AÇÃO A LAVA JATO
Nobres:
Ficou pateteada que a operação
Lava Jato minimizou imperativo corrupto
orquestrados por notabilizados políticos que ainda domina o país. Em leque se
vivenciou com a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) mostra que, ao
completar cinco anos de atuação, a Operação Lava-Jato continua desempenhando, a
contento, o papel de desvendar e punir os responsáveis pela corrupção instalada
no país. Foram cinco anos colhendo provas robustas contra os corruptos e
corruptores que vêm atuando impunemente, há muito tempo, nas mais variadas
esferas de poder da nação. Ao chegar à condenação e prisão de outro
ex-presidente da República, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, e, agora, a
detenção de Temer, a ‘Lava-Jato’ dá inteira demonstração de que a lei, no
Brasil de hoje, é para todos, sem distinções partidárias e/ou ideológicas. As
investigações da força-tarefa, composta por juízes, procuradores e policiais
federais, são republicanas e têm o unânime apoio da sociedade brasileira. A
operação não tem como objetivo perseguir ou proteger grupos e partidos
políticos, mas sim promover o combate sistemático à corrupção, verdadeira praga
que corrói os alicerces do Estado democrático de direito. E a prova integral de
que a Operação Lava-Jato age com foco no combate a malfeitos, perpetrados
contra a nação, está na prisão de dois ex-presidentes da República em menos de
um ano, o presidente de honra do Partido dos Trabalhadores (PT) encontra-se na
carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde abril do ano passado, cumprindo
pena de 12 anos e um mês. A decretação da prisão preventiva de Temer pelo juiz
federal Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro, deve servir de lição aos que ainda
acreditam que podem ficar impunes com a promoção de atos de corrupção, mal
maior que precisa ser combatido, implacavelmente, no país. A detenção de Temer
deu-se dentro da Operação Radioatividade, desdobramento da Lava-Jato que
investiga desvios de recursos públicos em obras da Usina de Angra 3, no Rio de
Janeiro. A ação mostra que a Lava-Jato caminha firmemente com os próprios pés,
mesmo com a saída do hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro,
e as tentativas de esvaziamento da atuação da força-tarefa, como a
transferência para a Justiça Eleitoral dos casos de corrupção associados a
caixa 2 de campanha, antes a cargo da Justiça comum. O resultado do trabalho da
Lava-Jato impressiona, desde que uma simples investigação envolvendo doleiros
do Paraná em um posto de gasolina, em Brasília, desembocou na maior operação de
combate à corrupção da história do país. Durante cinco anos, somente no Paraná,
sede da operação ocorreu sessenta fases, com o cumprimento de mais de mil mandados
de busca e apreensão, e de duzentos e setenta e sete, de condução coercitiva e
trezentos e dez de prisão temporária e preventiva expedidos pela Justiça paranaense.
Também foram oferecidas noventa e uma acusações criminais contra quatrocentos e
vinte seis pessoas, com duzentas e vinte seis condenações de cento e cinquenta
e cinco réus. A soma das penas chega a dois mil duzentas e quarenta e dois anos,
os dados que buscamos na própria fonte estatística. Mesmo diante de números tão
significativos, os integrantes do Ministério Público não podem e não devem
transformar em palanque a mais bem-sucedida operação de combate à corrupção no
Brasil. Os holofotes não devem ofuscar trabalho tão proveitoso, essencial para
que o país se livre do enorme mal representado pela corrupção, o que é desejo
de todos os brasileiros de bem. Os demais não interessam são formas inexpressivas
e inconsequente daqueles que preservam o fanatismo, lugar comum entre segmentos
sociais em todo globo.
Antônio Scarcela Jorge
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