segunda-feira, 10 de novembro de 2014

RETOMADA DA CPI DA PETROBRAS

 OPOSIÇÃO ARTICULA RETOMADA EM OFENSIVA NA CPI DA PETROBRAS.

Na última semana, políticos fecharam acordo para blindar principais legendas da investigação.

Depois do mal-estar causado pelo "acordão" entre governistas e oposicionistas para blindar as principais legendas na CPI mista da Petrobras, a oposição ensaia colocar em prática um plano para minimizar os prejuízos políticos causados pela divulgação do acerto. A ideia, dizem, é não deixar a sensação de que investigação terminará em "pizza", ou seja, sem apresentar resultados concretos.

Apesar de todos os partidos negarem ter participado do entendimento, os oposicionistas começaram a articular uma retomada na ofensiva da comissão. Na próxima semana, parlamentares do PSDB, PSB e PPS prometem vasculhar os documentos que já chegaram à CPI atrás de novas informações.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) diz que combinou esse esforço com os colegas Rubens Bueno (PPS-PR) e Izalci Lucas (PSDB-DF). O mineiro explica que por causa da campanha ainda não havia sido possível dedicar mais atenção aos papéis.

O "acordão" irritou o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), que divulgou uma nota para desautorizar o entendimento. Aécio voltou ao Senado após ser derrotado nas eleições prometendo fazer uma oposição "vigorosa" contra o governo e cobrando explicações da presidente Dilma Rousseff sobre o escândalo na Petrobrás.

O principal argumento da oposição para não tentar convocar os petistas citados nas delações, como o tesoureiro da sigla, João Vaccari Neto, e a senadora Gleisi Hoffmann (PR), foi o de que a comissão ainda não obteve o direito de acessar documentos importantes da Operação Lava Jato, como o depoimento das delações premiadas do ex-diretor Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Na avaliação do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que foi o representante do PSDB na reunião que selou o acordo na quarta-feira passada, vai ser muito difícil conseguir avançar no caso sem ter acesso a esses documentos.

A delação premiada não chegou ainda para nós. Eu vou ouvir a Gleisi e ela vai dizer que é mentira o que está publicado nos jornais. Ou seja, não vai adiantar nada.

Ele argumenta, no entanto, que é "fato notório" que os partidos de oposição estão trabalhando para que a investigação continue, uma vez que já começaram a coletar assinaturas para abrir uma nova CPI no ano que vem e dar continuidade às apurações.

Na última quarta-feira, integrantes da CPI foram ao STF (Supremo Tribunal Federal) para reiterar o pedido de acesso aos documentos da Operação Lava Jato. O ministro Luís Roberto Barroso que relata o mandado de segurança impetrado pelos parlamentares sinalizou que a decisão sobre o caso deve ser tomada na próxima semana. O relatório final da CPI mista terá de ser entregue até meados de dezembro.
Fonte: R7.

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