domingo, 16 de novembro de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - DOMINGO - 16 DE NOVEMBRO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

REFORMA POLÍTICA CONCRETA, SERIA CONTRASSENSO SEM A PARTICIPAÇÃO POPULAR.

Nobres:
A prática de atropelar o Congresso seja por decreto, seja por medida provisória demonstra o caráter antidemocrático da tentativa de reforma política. Sem um largo debate público, não haverá concordância mínima para a reforma. Essa derrota, ao menos, ilumina a questão. A invasão da esfera legislativa certamente não foi o principal motivo da revolta afinal, tal esfera tem sido atravessada há muito tempo. Por trás da rejeição do decreto, há uma discordância de meios. Por um lado, o governo entende que a criação de um sistema centralizado, sob o comando da Secretaria-Geral da Presidência, seria o caminho. Há outro, contudo. Um país continental, com população plural e com diferentes realidades regionais, deveria, em vez de centralizar ainda mais o poder, descentralizá-lo. É artificioso pensar que participação aumenta com centralização. A ampliação da participação do povo só existirá quando o poder for mais bem partilhado. Significa dizer: fortalecer Estados e, principalmente, municípios. Quem melhor que os cidadãos, ou seja, o povo para conhecer os problemas e as prioridades da sua região? A profunda reforma política, com incremento quantitativo e qualitativo da “participação direta”, só pode acontecer nos municípios, de modo que o povo possa exercer o poder de onde efetivamente está. Afinal, o povo não está em Brasília, e sim em todas as cidades do País.
Antônio Scarcela Jorge.

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