quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

COMEÇA A REMAR PELA SOBREVIVÊNCIA


GILBERTO CARVALHO DIZ QUE SE AFASTOU DE DILMA POR DIVERGIR DO MODO DE GESTÃO.


O ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou à Polícia Federal que se afastou da presidente Dilma Rousseff "por divergências a respeito da maneira de conduzir o governo".

Ele comentou o assunto ao explicar por que não participou de discussão com a presidente sobre "boatos" de corrupção envolvendo o ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, à época do PP, investigado na Lava Jato.

Segundo Carvalho, Negromonte foi demitido do cargo por rumores de envolvimento com corrupção e por "insatisfação com o desempenho técnico". Carvalho ocupava o alto comando do primeiro escalão da presidente Dilma Rousseff e também foi chefe de gabinete do ex-presidente Lula.

Ouvido no inquérito que apura a formação de uma quadrilha para desviar recursos da Petrobras, Carvalho afirmou que havia uma "avaliação negativa" sobre Negromonte por parte da presidente Dilma Rousseff e que isso resultou em sua troca pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

"Indagado a respeito de que exatamente tratavam estes boatos o declarante disse não se recordar no momento, sabendo que eram fatos relativos a 'financiamentos' e 'verbas'", diz o depoimento.

Em sua delação premiada, o doleiro Alberto Youssef justificou a queda de Negromonte como sendo uma conseqüência da disputa de poder de grupos distintos dentro do PP, que também comandariam a distribuição de propina.

Carvalho admite saber dessa divergência interna. Ele disse que Aguinaldo Ribeiro se apresentou "como alguém que representava outro bloco político dentro do partido e que este bloco almejava assumir a liderança política do PP". Por isso, resolveu apoiá-lo.

Sobre essa troca, Carvalho afirma que "acredita" que Dilma tratou com o presidente do PP Ciro Nogueira a respeito da indicação de Aguinaldo Ribeiro.

O ex-ministro diz ainda que o ex-presidente Lula recebeu diversas vezes o então diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que cuidava da propina do PP, mas disse não se recordar de detalhes.

Sobre José Carlos Bumlai, preso na Operação Lava Jato, Carvalho afirma que sabia que o pecuarista possui relação de amizade com Lula e que o conheceu em uma festa junina na Granja do Torto, espécie de casa de campo da Presidência da República.

Carvalho disse que não participou das negociações políticas para indicação a cargos na Petrobras e que nem sabia que a diretoria de Abastecimento era da cota do PP.
Fonte: Folhapress.


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