sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA 24 DE JANEIRO DE 2020


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RIO­
Scarcela Jorge
O PREDOMÍ
NIO DA MEDIOCRI
DADE

Nobres:
O mundo de hoje parece o reino incontestado das mediocridades é indiscreto haver gerações em que avultam grandes homens na política, nos governos (para o bem e para o mal), na literatura e na filosofia, na criação e no pensamento; e outras há em que o que abunda são as mediocridades. Geração de grandes homens foi, por exemplo, aquela do miolo do século XX. Mas hoje “criou-se” uma geração de mediocridades espantosas. Tanto no plano mundial quanto no nacional e por “efeito dominó” também no setor. Naquelas décadas centrais do século XX se pode dizer que foi uma geração de ouro. Claro que sempre existem, ainda hoje, alguns bons valores, mas são raros, talvez raríssimos. O comum, atualmente, é a indigência, a mediania, a penúria intelectual e moral, a ausência de gênio e de grandeza. São meramente bonzinhos, dá para ler ou para ouvir, mas sem nenhum gosto, nenhuma entusiasmo, aquela vibração que o talento verdadeiro suscita. Intelectuais francamente de quinta categoria são transformados em ícones da educação e da “cultura universais” Meros reis das obviedades, do consabido, das platitudes. Sem originalidade alguma. Sem pensamento próprio. Sem penetração e sem profundidade. Mestres das banalidades. Não há maiores estadistas, pensadores instigantes. Nem por serem medíocres são menos incensados, até se poderia dizer o contrário: quanto mais medíocres, mais incensados. Em muitos casos, porque sabem, como ninguém, cultivar a arte da bajulação, da autopromoção, do elogio mútuo, do afago inebriante e embriagador se faz um grande negocio no ímpeto da imaginação, como sabem que o outro gosta da adulação, adulam, para também serem adulados. Citam, para serem citados. Lisonjeiam, esperando retribuição. E ela vem. O mundo se basta a si mesmo. Coisa parecida é essa.
Antônio Scarcela Jorge.

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