segunda-feira, 11 de março de 2019

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEGUNDA-FEIRA 11 DE MARÇO DE 2019

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
DOIS PRESIDENTES DESUSADOS NA HISTÓRIA

Nobres:
Num vai e vem em que história nos expressa tudo tem coincidência que vivenciou fatos no sequencial de presidente da República; reportamo-nos sobre Jânio Quadros, na “velha república” renunciou o seu mandato surpreendentemente e Collor de Melo, com o advento da tida redemocratização foi impedido de governar conforme os ditames constitucionais formalizados pelo impeachment. Em princípio discorremos acentuadamente sobre o segundo após a nova república. Collor alcançou a Presidência sem suporte partidário importante. Sua candidatura foi lançada por partido sem tradição e sem expressão parlamentar: o Partido de Representação Nacional - PRN. A falta de organicidade de sua sustentação partidária serviu para tornar ainda mais nítida a figura real do presidente: arbitrário, inflexível. Nesse contexto, passou a usar, cada vez mais intensamente, o populismo. Invadiu a televisão com voos supersônicos em caças a jato e caminhadas apolíneas para acentuar o vigor físico. Seu governo, a partir do segundo ano, apresentava fragilidade econômica e defeito moral. A inflação não baixava. E a corrupção aumentava. O presidente foi atingido por dois movimentos: um movimento de dentro para fora do governo, na ineficiente gestão econômica. E um movimento de fora para dentro do governo, nas limitações políticas do governo. A solidão política esmaeceu a figura hercúlea de Collor na metade do mandato. Solidão feita de silêncios políticos. Populismo alimentado pela inaptidão republicana. Retrato em preto e branco de gestual antes colorido, murro que socava o ar. Inconsequência tocando o vazio. Chegou a um beco sem saída. Economia estagnada. Política colapsada. Resultado: impeachment. Um cenário pouco brasileiro, de líder que dispensou traços culturais do homem tropical, dialogal e cordato. Jânio e Collor tinham três pontos em comum: eram ambos introspectivos, populistas e céticos. Não cultivavam as instituições republicanas. E não estimulavam a seiva do otimismo. Trabalhavam impossibilidades. E não, viabilidades. Por isso, presidentes possíveis e inviáveis. Jânio cultivou o poder no voto. Fingiu desprezar o poder para ampliá-lo. Collor manipulou o poder. E do poder foi sendo afastado inevitavelmente. Jânio afastou-se para aproximar-se do poder. Collor aproximou-se e foi afastado. Ambos, por caminhos diversos, deixaram a trilha do poder. E, pela mesma falta de vocação cultural, perderam o senso do Brasil. Por outro lado, se experimenta atualmente um novo conceito de responsabilidade e moralização onde anarquistas, esquerdistas, oportunistas, imorais, corruptos, artistas intelectuais sábios, ou melhor, sabidos da cultura se comungam se confabulam, onde os escândalos do carnaval permanente é “bíblia destes vermes” e orquestrados pela Rede Globo onde a direção de vários governos foi imposta pela sua soberania sempre a custa dos governos anteriores deste país.
Antônio Scarcela Jorge.

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