segunda-feira, 15 de outubro de 2018

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEGUNDA-FEIRA, 15 DE OUTUBRO DE 2018

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

SUPERFICIALIDADE DO SISTEMA POLÍTICO

Nobres:
No Brasil na prática vivemos em um sistema denominado cientista de “presidencialismo de coalizão”. Trata-se de um sistema presidencialista no qual a fragmentação do poder parlamentar em vários partidos faz com que o Executivo tenha que costurar o apoio do Congresso Nacional aos projetos do seu interesse no “varejo”, o que faz com que frequentemente se renda ao fisiologismo, ao “toma lá, dá cá” e aos interesses, nem sempre republicanos, de bancadas de interesses. A crise da representação política é um fenômeno mundial, na qual a legitimidade dos partidos políticos como agentes de representação de interesses em corresponder efetivamente às demandas da sociedade é posta em xeque. O Congresso Nacional brasileiro, hipertrofiado em face dos Poderes Executivo e até mesmo do Judiciário, não discute os grandes temas importantes para o país e não funciona como a caixa de ressonância dos interesses da sociedade que representa.  Mas de quem é a responsabilidade? É evidente que é do eleitor. Muitos sequer entendem como funciona o sistema das eleições proporcionais, no qual o seu voto pode servir para eleger um companheiro de chapa com ideias diametralmente opostas do candidato. Outros trocam o seu voto por dinheiro vivo cuja procedência se põe em dúvida, também por uma promessa de emprego ou até mesmo votam simplesmente por amizade, sem conhecer as propostas do candidato. Rememoramos Ulisses Guimarães quando no inicio da nova república se instou sobre o Congresso Nacional eleito naquela época - “Está achando ruim essa composição do Congresso? Então espera a próxima: será pior”. – Suas palavras se fazem eco no dia de hoje. -Tem safados que foram agora e serão eleitos quantos pleitos tiverem, é norma da palhaçada que sempre se deram bem e, porque pra eles, não mudar? Ainda resta esperança que o eleitor neste contexto seja  votar com consciência, analisando detidamente o histórico dos candidatos e as suas propostas. E depois de eleitos, acompanhar o mandato, fiscalizando-os, lembrando sempre que, enquanto não vem à aguardada reforma política, para os males da democracia, o remédio é sempre mais democracia de fato e não a manjada castrista como se apregoaram no inicio dos anos sessenta principalmente nas Américas do Sul e Central.
Antônio Scarcela Jorge.

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