quinta-feira, 26 de maio de 2016

EX-PRESIDENTE SARNEY PROMETE AJUDA A MACHADO


EM GRAVAÇÃO, JOSÉ SARNEY PROMETE AJUDA A SÉRGIO MACHADO, DIZ JORNAL.


'Folha' diz que ele tentou evitar que caso de Machado fosse para Moro.
Sarney falou em 'solidariedade' e lamentou divulgação de conversa privada.


Reportagem publicada na tarde desta quarta-feira (25) no site do jornal “Folha de São Paulo” afirma que o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) prometeu < ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que poderia ajudá-lo a evitar a transferência do caso que o investiga na Operação Lava Jato para o juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba (PR). Segundo o jornal, a ajuda seria "sem meter advogado no meio".

"Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles falando com ele em delação premiada", disse Sarney, segundo o jornal. Em seguida, Machado teria respondido que havia insinuações, provavelmente da Procuradoria-Geral da República, sobre uma delação.

De acordo com o jornal, no diálogo, Sarney teria afirmado que concordava com a tentativa de impedir que o caso de Machado fosse enviado para a Justiça Federal em Curitiba.

"O tempo é o seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá Curitiba", disse o ex-presidente. "Mas nós temos é que conseguir isso, o pleito de Machado. Sem meter advogado no meio", teria afirmado Sarney em outro momento.

Segundo a reportagem, Machado concordou de imediato que "advogado não pode participar disso", "de jeito nenhum" e que "advogado é perigoso". Sarney repetiu três vezes: "Sem meter advogado".

Odebrecht.

Nas conversas gravadas por Machado e divulgadas pelo jornal, o ex-presidente também afirma que uma eventual delação premiada por parte de executivos da empreiteira Odebrecht é "uma metralhadora de calibre ponto 100".

Em março, o grupo Odebrecht anunciou que, além de um acordo de leniência já em curso com a Controladoria Geral da União (CGU), todos os executivos da empreiteira concordaram em fazer acordos de delação premiada o que, em nota, a empresa chamou de "colaboração definitiva", sem dar mais detalhes.

< que mulher honesta !!! 

De acordo com a reportagem, Sarney relata ainda um episódio relacionado à Odebrecht em que a presidente afastada Dilma Rousseff está "envolvida diretamente".

"Nesse caso, ao que eu sei, o único em que ela, Dilma está envolvida diretamente é que falou com o pessoal da Odebrecht para dar para campanha do... E responsabilizar aquele inaudível"

Em nota, Sarney disse lamentar que "conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar". O ex-presidente também disse que conhece o ex-senador Sérgio Machado "há muitos anos”. “Fomos colegas no Senado Federal e tivemos uma relação de amizade, que continuou depois que deixei o Parlamento", afirmou.

A reportagem informa que a estratégia estabelecida por Sarney não fica inteiramente clara ao longo dos diálogos obtidos pelo jornal, mas envolvia conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

O jornal informa, ainda, que Machado pediu que Sarney entrasse em contato com ele assim que estabelecesse horário e local para reunião entre eles e Renan.

"E o Romero também está aguardando, se o senhor achar conveniente", teria afirmado Machado. Sarney respondeu que não achava conveniente. "Não? O senhor dá o tom", respondeu Machado, segundo a reportagem.

Veja a íntegra da nota de José Sarney:

Conheço o Senador Sérgio Machado há muitos anos. Fomos colegas no Senado Federal e sempre tivemos uma relação de amizade que continuou depois que deixei o Parlamento.

As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade. Nesse sentido, muitas vezes, procurei dizer palavras que, em seu momento de aflição e nervosismo, levantassem sua confiança e a esperança de superar as acusações que enfrentava.
Lamento que conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar.

José Sarney
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Fonte: G1 – DF.

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