sábado, 4 de abril de 2020

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SÁBADO 4 DE ABRIL DE 2020 - POSTADO ÀS 18:15 HORAS

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
ALÍVIO DA CLAUSURA

Nobres:
Às vezes perdemos a noção das datas, nós que, em tempos normais, carregava o calendário do mês na cabeça. Agora, excluindo o dia, e, assim mesmo parando para meditar, repetimos perdemos na tarefa de indicar a data. Ora não de deficiência mental e temos a plena convicção que estamos perfeitamente lúcidos. “Eu e outros”. Imediatamente comento o individualismo sempre raro nas minhas considerações. O embaraço repousa na atualidade atípica que estamos a viver, reclusos em nossas casas, tenho o receio de ir às ruas, obrigado agora a ver o sol nascer e se esconder, completamente engaiolados, embora não sejamos parentes de passarinho nem de papagaio. O pior é que não se vê onde o “vírus” mora e se localiza e se vai aparecer em disco voador pilotado por alienígenas, ou em foguetes que algum país vai lançar contra nossa aldeia. O que se anuncia se pede e se implora é o isolamento, na transformação do lar em prisão, temporária reclusão que não se sabe, com absoluta certeza, quando vai terminar, quando o cidadão pode, enfim, retornar a sua vida de antes. Saudades mais saudades igual a um caminhão de saudades. Vigio submisso, sem mais contar os dias, na mente o desejo de um acidentado, sem cura, que, quando se acordava de manhã já desejava que chegasse a hora de dormir. Estou quase assim e não arredamos os pés fora de casa. Pode ser que, na esquina, o inimigo se encontre a me esperar, dardo venenoso na mão e aí, não terá rezas a Santo Antonio que me salve. (Aliás, no meu pronome do meu santo protetor que eu carrego o meu nome!) então ficamos em casa, digitando o que vem na cabeça, tomando café, almoço, janto, ajudando nos serviços domésticos, forro cama, coloco a mesa, passamos álcool nas mãos, e o gel recomendado, não existe é que os “furtados” e desonestos desabasteceram o mercado em termos estaduais, mas quando aparecem majoraram em 1000%. Dar ares a esses “incautos” são imunes à honestidade do “corona vírus”. Enfrento o dia, fotografando o nascente e o poente quando for à sala, ou melhor, a garagem não me concentra, o imperativo da desordem é eloquente, carros estacionados na minha porta quando os cegos da irracionalidade nem percebem que existem placas horizontais e verticais e preciso ter a humilhação de pedir para poder sair quando necessário. É um esterco imoral que vivenciamos. Apelar pra quem se sumiram tudo! Sou deficiente, aí dou graças a Deus, em situação normal não teria que expelir esse entrave. Mas por este lado o limite é não saber a data em que termina a “prisão domiciliar”, onde contraditoriamente os presos e condenados estão sendo enaltecidos e santificados pela irracional população em massa. O Brasil sempre foi assim, construiu “ídolos de barro” que ao longo do cotidiano vai de desintegrando. Não se assimila aos interesses de políticos patrimonialistas, interesseiros e amantes da corrupção que tanto temem fingindo ser bonzinho para o povo sabendo que este povo em sua maioria carente de raciocínio são os primeiros estarem na defesa destes deteriorados.
Antônio Scarcela Jorge.

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