terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

SÉRIE COTIDIANA DOS INOCENTES

“HISTÓRIA PRA CAROCHINHA”

– UM CONTO ELEITORAL –
LOROTA DA PETISTA.


O paraíso da energia, segundo a doutora Dilma vive no mundo real mas alimenta outro, fantástico, no qual seus adversários são inimigos do povo. Há dois anos a doutora Dilma apareceu em rede nacional de televisão anunciando que o Brasil entrara no paraíso do energia elétrica. Ela disse coisas assim:

- "A partir de agora a conta de luz das famílias vai ficar mais barata. É a primeira vez que isso ocorre no Brasil."

Isso significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento, de qualquer tipo de estrangulamento, no curto, no médio ou no longo prazo.

- "Estamos vendo como erraram os que diziam meses atrás que não iriamos conseguir baixar os juros e nem o custo da energia. Tentavam amedrontar nosso povo."

Passados dois anos os juros estão onde estão? As tarifas de energia vão subir e o "risco do racionamento" está aí.

Com má vontade pode-se ver no pronunciamento da doutora uma sucessão de lorotas. Com um pouco de boa vontade vê-se outra coisa, diferente e, sob certos aspectos, até pior: a fé numa realidade virtual. Ela queria baixar as tarifas e acreditava no que dizia, mas acreditava demais. Bastava que tivesse evitado os superlativos, tais como "tem e terá energia mais que suficiente", "sem nenhum risco no médio ou no longo prazo".

A doutora governa com três realidades. Na da racionalidade sabe perfeitamente que não se deve dizer o que disse. Na da autoglorificação, cria um mundo virtual. No campo da militância política, manipula a fantasia compondo um conflito no qual apresenta-se como uma princesa combatendo as forças das trevas que querem "amedrontar nosso povo". Isso não é debate político, mas videogame.

É do embaixador Marcos Azambuja a explicação de que os diplomatas produzem “blábláblás”, mas não os consomem. Até que ponto a doutora acredita nos seus blábláblás, não se pode saber, mas sua fé na fantasia é mais complexa que a pura enganação. É também um estado da mente. Todo governante acredita demais no que diz, mas a água ferve quando diz algo em que não pode acreditar. Por exemplo: não haverá problemas com a energia "no curto, no médio ou no longo prazo".

O marqueteiro João Santana, cujas impressões digitais estão na fala do paraíso energético, pode acreditar que Elvis Presley está vivo, mas a doutora não podia acreditar no que disse! No seu depoimento ao livro do repórter Luiz Maklouf Carvalho ("João Santana - Um marqueteiro no poder"), ele diz que tem "uma relação misteriosa e cotidiana" com o físico italiano Ettore Majorana. O baiano Santana tem um pé na ciência política, outro no mundo mágico e vive bem nos dois. Sua fascinação pelo caso de Majorana mostra como se pode ser feliz acompanhando ora a razão, ora a fantasia.
*EXTRAÍDO DO BLOG.

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