quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 12 DE FEVEREIRO DE 2015

COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.

A CULTURA SEM PUDOR DO SEGMENTO BRASILEIRO.

Nobres:
No país em que pipocam escândalos de corrupção (qual foi o dos últimos 15 minutos?), a lista dos envolvidos parece não ter fim. Aí vem a patrulha denunciando a petrorroubalheira, tudo culpa dos “PTRALHAS”. Depois vem a turma petista, gritando que tudo começou muito antes na história deste país, e que atravessa toda a “tucanalha”. Aí as duas turmas ficam digladiando-se sobre as cinzas de sua credibilidade. Pode até ser que todos tenham razão. Que todos sejam julgados e, os que merecem, condenados. É a lei. Só que o furo é bem mais embaixo (deve andar lá pelas últimas camadas do pré-sal). A corrupção é tão disseminada, que deveria ser tombada como patrimônio nacional. É fácil apontar o dedo para políticos desonestos, mas quem foi mesmo que os colocou lá como nossos representantes? E aqueles empreiteiros, que pagam propina em troca de obras, são mais ou menos culpados? E os médicos que fazem cirurgias desnecessárias para ganhar comissões? E você aí, que naquela viagem da firma coloca uma nota de táxi num valor mais alto, para receber um troquinho a mais? E quem sonega imposto de renda? E eu, que baixo filmes da internet? Quem nunca? Quem de nós resistiria a uma investigação com lupa? Claro, alguém vai dizer que não se pode comparar, porque as proporções de dano público são muito diferentes. Mas será que não é por meio desses pequenos desvios que a cultura da corrupção se reproduz se instala e se incrusta na nossa sociedade? De tão desacreditados no sistema, cada um tenta fazer valer a sua própria vantagem. Quanto maior o poder, maior o naco abocanhado. Qual a distância que separa o jeitinho do próximo escândalo nacional? Precisamos aceitar essa constrangedora verdade. Os políticos corruptos não são ETs perversos que chegaram e se apoderaram das nossas instâncias superiores. São legítimos representantes da ética em nossa sociedade.
Antônio Scarcela Jorge.



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