quarta-feira, 31 de outubro de 2012

COMENTÁRIO - 31.10.2012



AS ELEIÇÕES

Surge um novo conceito para contemplar o resultado das eleições considerando o momento político da nação onde personalidades influentes da República mais direccionalmente das bases aliadas dos governos do ex-presidente Lula notadamente o seu partido como protagonistas do mensalão ora em julgamento pelo STF. Apesar da condenação de alguns de seus principais líderes, o Partido dos Trabalhadores viu seu prestígio eleitoral subir: em 7 de outubro, foi o partido mais votado do país, com 17,26 milhões de votos (aumento de 4,3% em relação a 2008); conquistou 628 prefeituras (crescimento de 14%) e fez 5.067 vereadores (alta de 22%). No segundo turno, realizado no domingo passado, conquistou a prefeitura da maior cidade do país, São Paulo, com Fernando Haddad. Os resultados levaram petistas a avaliar que o julgamento teria, no fim, beneficiado o partido. A população, por esse raciocínio, teria percebido a “injustiça” de que o PT foi vítima no Supremo Tribunal Federal e teria resolvido “consertar” a situação nas urnas. “A voz do povo suplantou quem vaticinava a destruição do Partido dos Trabalhadores”, dizia uma resolução divulgada pela Executiva Nacional do partido logo após o primeiro turno. No mesmo dia em que o STF decretou a culpa de José Dirceu por corrupção ativa, ele dizia, a respeito da disputa paulistana, que “vencer as eleições é a melhor resposta aos nossos adversários”, segundo relatos de petistas que participaram da reunião a portas fechadas da diretoria nacional do partido. Tal avaliação representa uma mudança em relação ao que haviam dito o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, para quem o julgamento do mensalão prejudicava, sim, o partido; e o ex-presidente Lula, para quem a população não se importava com o Supremo, pois estava mais preocupada com novelas e com futebol. Se Lula ou Dirceu estiverem certos, isso apenas revela a existência, entre parcela significativa dos brasileiros, de um déficit cívico que pouco mais de duas décadas de democracia ainda não conseguiram resolver. Recentes campanhas contra a corrupção ressaltam que esse crime grave rouba recursos que seriam destinados ao bem-estar da população, e outras iniciativas buscam combater as “pequenas corrupções” do dia a dia, que acabam deixando muitas pessoas mais tolerantes com as grandes corrupções dos ambientes palacianos; o tom dessas campanhas é um indicador de que esse déficit pode realmente existir. No entanto, nenhum desempenho eleitoral, por mais significativo que seja – e é preciso lembrar que o PT foi derrotado em capitais importantes, como Salvador, Fortaleza e Recife (onde Humberto Costa, escolhido a dedo por Lula, nem chegou ao segundo turno) –, anula o fato de que José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha foram condenados pela mais alta instância do Judiciário brasileiro, poder que funciona em plena normalidade democrática. Eleições e julgamentos criminais não guardam relação entre si, e querer ver nas urnas uma “resposta” ao STF soa como mais uma “rodada” no processo de desmoralização do Supremo que o PT vem promovendo desde que o julgamento do mensalão começou. Aliás, a intenção dos quatro petistas de se declararem “prisioneiros políticos” caso sejam mandados para a prisão também embute a mensagem de que o STF promoveu um julgamento de exceção, como se a democracia não estivesse plenamente vigente no país. Na sessão que definiu a culpa de Dirceu, Genoino e Delúbio por formação de quadrilha, o decano do STF, ministro Celso de Mello, usou parte de seu voto justamente para desmentir a noção de que as urnas serviriam para salvar a reputação de criminosos: - “Votações eleitorais não se qualificam nem constituem causas de extinção da punibilidade, pois delinquentes, ainda que ungidos por eleição popular, não se subtraem ao alcance e ao império das leis da República.” E ainda: “A conquista e a preservação temporária do poder, em qualquer formação social regida por padrões democráticos, embora constituam objetivos politicamente legítimos, não autorizam quem quer que seja mesmo quem detenha a direção do Estado, ainda que avocando expressiva votação eleitoral em determinado momento histórico, independentemente de sua posição no espectro ideológico, a utilizar meios criminosos ou expedientes juridicamente marginais”. Cabe ao PT escolher se acolhe a mensagem ou se continua seus planos de prestigiar os mensaleiros condenados mantendo-os na legenda, ao arrepio do que prevê o próprio estatuto partidário. Neste sentido ponderamos que o resultado de uma eleição não diz incisivamente fatos deprimentes que a sociedade vivencia.
Antônio Scarcela Jorge.


CÓDIGO PENAL



PROJETO DO CÓDIGO PENAL RECEBE MAIS DE 200 EMENDAS

Sem esperar por nova prorrogação do calendário de tramitação, já cogitada por integrantes da comissão especial que examina a matéria, os senadores aceleraram a apresentação de emendas ao projeto do Código Penal (PLS 236/2012). O texto, que contava no início da semana passada com apenas 109 propostas de alterações, acumulava até o meio da tarde desta segunda-feira (29) nada menos que 214 emendas - quase o dobro, portanto. Até o momento, 20 senadores assinaram emendas para modificar diferentes trechos do projeto, entre os quais os dispositivos que tratam dos já conflituosos temas do aborto e da legalização das drogas para consumo pessoal em pequena quantidade. As sugestões alcançam ainda outros pontos que na fase de elaboração do texto inicial levantaram polêmica, como os que se referem aos crimes contra o patrimônio, os delitos praticados por índigenas e os que atentam contra os animais.

Delito sem violência

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), por exemplo, incluiu entre as 43 emendas que registrou de uma só vez, na quinta-feira passada (24), sugestão para que qualquer delito patrimonial cometido sem violência ou grave ameaça – o furto, por exemplo – fique sujeito a representação por parte da vítima. Nesse caso, a investigação só seria convertida em processo judicial por decisão da pessoa atingida, que ainda poderia se contentar em ser reparada e fechar acordo com o autor do delito. Pelo projeto, que foi elaborado por uma comissão de juristas com membros indicados pelos líderes partidários do Senado e tramita desde agosto, esse tipo de solução serviria para delitos patrimoniais de pequeno valor, com base no princípio da insignificância. Para o senador, esse conceito é “circunstancial” e não reflete automaticamente o valor do que foi subtraído da vítima. “Caso a vítima procure o Estado e noticie o crime, o delito deixa de ser insignificante. A prevalecer a tese [do projeto] estaremos fomentando a prática de crimes patrimoniais, em virtude de seu pequeno valor para alguns, mas de inquestionável importância para outrem”, argumenta Aloysio. Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) é autor de outro grande lote de emendas, um total de 29 proposições que tendem a reduzir condenações por ações com danos ínfimos e a aplicação de penas alternativas para um número maior de crimes, desde que também cometidos sem violência ou grave ameaça. Com relação aos indígenas, Valadares sugere que os juízes possam adotar como solução às penas alternativas previstas no Código os métodos adotados pelas próprias comunidades indígenas para reprimir delitos cometidos por seus membros, desde que compatíveis com o sistema jurídico nacional e com os direitos humanos internacionalmente reconhecidos.

Ortotanásia

Ainda se destacam pela quantidade de sugestões de emendas o senador Magno Malta (PR-ES), com 28 propostas e Tomás Correia (PMDB-RO), que assinou 26, e Maria do Carmo, com 10. Os três parlamentares também compartilham a disposição em mudar o texto para rever dispositivos adotados pelos juristas que são menos rígidos em relação ao aborto e à ortotanásia que consiste na suspensão de cuidados para prolongar por meios excessivos a vida de pacientes terminais, quando essa for a vontade expressa pelo paciente ou quando houver autorização do responsável. “Não se confundindo com uma liberdade, não se inclui no direito à vida o direito por não viver. Na medida em que os poderes públicos devem proteger esse bem, a vida deve ser preservada, apesar da vontade em contrário de seu titular”, argumenta Tomás Correia. Quanto ao aborto, hoje a lei autoriza sua prática diante de risco de morte para a gestante ou quando a gravidez resultar de estupro, havendo ainda decisão favorável ao ato no Supremo Tribunal Federal (STF) no exame de caso de anencefalia. O texto dos juristas também descriminaliza o ato até 120 dias desde a fecundação se houver laudo médico ou psicológico atestando incapacidade da mulher em levar a gravidez adiante (uma gestante com alta dependência de drogas, por exemplo). Contra esse ponto se insurgem os três parlamentares.

Jogos de azar

Tomás Correia pretende ainda retirar do texto o dispositivo que tornou crime a exploração de jogos de azar, a exemplo o jogo do bicho, na atual legislação uma simples contravenção penal, com penas brandas que quase sempre não levam os praticantes à prisão. Para o senador, o mais adequado seria regulamentar totalmente os jogos, já que o próprio Estado realiza e patrocina alguns jogos de azar. Os crimes ambientais, em parte onde se incluem os delitos contra os animais, punidos de maneira mais rigorosa no projeto, mereceram a atenção do senador Jayme Campos (DEM-MT).  Autor de cinco emendas, o senador busca por meio de uma delas eliminar do texto dispositivo que sugere prisão de um a quatro anos para quem “transportar animal em veículo em condições inadequadas, ou que coloquem em risco sua saúde ou integridade física ou sem a documentação exigida”. Para Jayme Campos, as leis atuais já tratam modo adequado a questão do transporte animal, inclusive por meio de leis referentes à agropecuária e aos padrões sanitários de produção animal. A seu ver, o dispositivo é redundante e se confunde com a previsão punitiva do artigo que trata de maus-tratos a animais. “Além disso, prevê uma pena que nos parece bastante elevada, sem ao menos admitir multa como uma alternativa possível”, reclama o senador.

Bullying

Lídice da Mata (PSB-BA) dedicou uma de suas nove emendas à questão do bullying, tipificado com o nome de “intimidação vexatória” na proposta, com aplicação de medidas socioeducativas se o praticante condenado for menor de idade. No entanto, na contramão do clamor pela punição do bullying, Lídice da Mata se empenha em suprimir do texto o dispositivo. “Ao criminalizar o bullying, a proposta retira do âmbito educacional a possibilidade dos educadores atuarem conjuntamente na busca de soluções destes conflitos a partir de uma cultura de paz”, avalia a senadora. Já Paulo Paim (PT-RS) assina três emendas, uma delas para defender tratamento penal mais duro contra autor de roubo de cargas, de forma semelhante ao que o texto sugere para o roubo praticado para o roubo contra veículo de transporte de valores. Nesse caso, o roubo é “qualificado”, com pena de quatro a oito anos de prisão. “Não se pode esquecer a ameaça à integridade física dos motoristas envolvidos nas operações de transporte, que convivem com os sentimentos de medo e insegurança no dia a dia de suas atividades profissionais”, salienta o senador.

Cronograma

Pelo cronograma atual, a comissão especial do Senado que examina o projeto do novo Código Penal, relatado pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), receberá até o dia 5 de novembro as emendas dos parlamentares. A votação dos relatórios parciais deverá terminar no dia 20 de novembro, enquanto o prazo para a apresentação do relatório final do relator ficou para o dia 27 do mesmo mês. Já a data de entrega do parecer final da comissão será até 4 de dezembro. Porém, tanto o relator como o presidente da comissão, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), já defendem a dilatação do calendário. Em reunião a ser realizada ainda nesta semana, a comissão decidirá sobre a proposta, que pode significar mais 20 dias úteis para cada fase da tramitação.
Fonte: Agência Senado.


COLUNISTA



Apagão

O apagão da última quinta-feira, o quarto em 35 dias, faz parte de um problema mais sério. Devido à falta de chuvas no Nordeste, o governo será obrigado a recorrer a energia das usinas térmicas, mais cara e mais poluente para abastecer parte da região. É preciso repensar os sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia no país. Afinal, seca é recorrente na região nordeste, e por isso, não se pode contar apenas com a energia gerada por hidrelétricas, ou só recorrer a termelétrica, surgido no século retrasado (em 1883). Será que, desde então, não surgiu nada mais inovador e menos caro, além de menos poluente, no panorama energético do País?
Fonte: Colunista - Regina Marshall – DN.


À ÉTICA E A VERDADE



DA VERDADE

´´O revisor - ministro Ricardo Lewandowski - barateia demais o crime de corrupção" 

(palavras de) 

Joaquim Barbosa
Ministro do STF, relator do processo do mensalão, que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
Fonte: A.E.

 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

COMENTÁRIO



COMENTÁRIO

MOMENTO DE REFLEXÃO

Passado o período eleitoral por praticidade, onde as eleições se situaram em eloquência. Teremos que rever os conceitos abstratos dos políticos entre formas que o corporativismo poderoso dos poderes faz premissa “de um salve-se quem puder” submerge a administração pública. Diante desta questão que a sociedade se apresenta com obviedade, despudor e, sem ética. Para atenuar o mal é preciso avançar na luta contra os tentáculos da corrupção e enquadrar aqueles que manipulam o poder com o embargo do trabalho obstinado das instituições encarregadas do controle governamental, à continuidade dos abusos, fraudes e escândalos estarrece o cidadão ferindo o primado do Direito. Arrojar-se a luta contra a impunidade o último manancial perverso do desrespeito a coisa pública. É preciso implantar no país uma batalha coletiva contra a corrupção de representação exclusiva da sociedade e do seu clamor por maior transparência, planejamentos, serviços públicos de qualidade e resultados objetivos. O assunto ganha maior repercussão e indignação quando se constata os desvios ocorrem, em maior quantidade em áreas estratégicas vinculadas à serviço da população. O tripé educação, saúde e segurança são os setores necessários a nossa sobrevivência e desencadeia a dispersão de recursos, reiteramos: afeta substancialmente a vida das pessoas emperrando à capacidade de o país crescer e de gerar empregos, combater as desigualdades sociais. Infelizmente essas pessoas que levam as instituições a descrença da sociedade tem a coragem de prosseguir com a carreira política profissional que carregam por várias décadas. O regime democrático está sendo compatível com essas aventuras geralmente associadas a uma cultura deletéria impregnada pelo estigma a crença da impunidade e por condutas condenáveis de pessoas e setores sem compromisso com a probidade e a ética de bem administrar. O governo precisa se legitimar no sentido de estabelecer a ordem sempre corrompida pela politicagem reinante em quase todas as esferas do poder. Diante dessa péssima alusão conceitual é mais do que preciso inserir no país uma luta coletiva contra corrupção. Torna-se inadiável vencer a cultura do ornamento, do favorecimento por parte dos políticos, do patrimonialismo, dos costumes anacrônicos afinados com fraudes, do abuso do poder e da relação predatória dos bens públicos para fins privados e do desrespeito aos interesses da coletividade. É necessário institucionalizar o controle social por meio dos quais os cidadãos avaliarão os serviços públicos e eliminar as dificuldades de acesso às informações e contas públicas. Para que isso venha acontecer é provável em função da conscientização de uma nova geração. Por esta razão a corrupção imperativa e a mudanças desse perverso costume num mediocríssimo incomum para os nossos dias afastados da esperteza, do oportunismo, da incompetência, e da irresponsabilidade. Para que estabeleça na administração pública não adjurar as praticas clientelista, reforçar e estabelecer os mecanismos de controle, privilegiar a competência, a transparência, a ética e o cumprimento de metas inovadoras, aos resultados, a um novo olhar profissional e a um desenho capaz de superar as mazelas que corroem sua estrutura. Estamos convictos de que a caminhada é longa e, os retrocessos estão presentes. Resta não desistimos, e proverá à certeza da implantação de uma administração pública eficiente capaz de enfrentar suas incertezas e contradições, avançar a serviço do desenvolvimento. Desde alta cúpula até à base, por consequência: foi acesa uma vela no fim do túnel. - A maioria do eleitor genericamente percebeu a responsabilidade do voto especialmente os locados nos centros habitacionais de maior relevância demográfica. Iniciou pelo voto, o processo de “banimento” dos fichas sujas, das oligarquias que quase se tornaram hereditárias, dos mensalões e especialmente ‘os mensalins das prefeituras do interior - mais balizadas em processos licitatórios, onde a fraude campeia’ que até no momento ainda não foram atingidos pelo “braço” da justiça onde os resultados das eleições municipais ficaram evidentes neste contexto.
Antônio Scarcela Jorge